O BOATO FALSO, A POLÍCIA FEDERAL, A LEI E A INJUSTIÇA

"Onde houver honestidade, leva corrupção; onde houver justiça, leva flagelação... 
Onde houver democracia, leva totalitarismo; onde houver lei, leva o crime." 
BSchopenhauer in Litania das Trevas

Photo: O Globo

De desonestidade intelectual a rebaixamento moral esse mundo é construído, e o país demencial que se tornou o Brasil pós-Lula presidente, muito mais e mais veloz, é, por ambos, destruído. É aqui nessas terras morenas que há palco para toda a sorte de impunidades e também de imbecilidades ditas em sua defesa.

Pela defesa do mensalão e dos mensaleiros, o PT decretou que a Justiça não tem o menor valor no Brasil. Pela defesa da odiosa PEC 37, entidades corporativas como a OAB (que é a única certa dentre todas as que defendem a PEC da Impunidade, uma vez que sua função exclusiva é ser um sindicatão dos advogados, mesmo que nem todos sejam favoráveis àquela excrescência), associações de delegados de Polícia Federal e Civil, ganham, felizes, e divulgam, contentes, o apoio do chefe de uma Sofisticada Organização Criminosa, o bandido condenado à prisão pelo mensalão, José Dirceu. Pela defesa do governo, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo sequer treme o canto da boca ao determinar que a Polícia Federal - que lhe é subalterna - investigue o boato que sacudiu esses nossos dias tão tristonhos: que o programa Bolsa Família iria acabar.

Segundo o artigo 41 da Lei das Contravenções Penais, "provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto" é, obviamente, contravenção. E contravenção não é crime da esfera federal, mas sim, estadual. Não cabe à Polícia Federal investigar. Assim como não cabe ao Ministério Público Federal denunciar nem à Justiça Federal julgar. Portanto, a abertura de inquérito por parte da PF, por exigência do seu chefe político, o ministro Cardozo, é inútil, imoral e ilegal. Cardozo, como membro da alta corte do PT, partido do governo, que por sua vez tem maiores interesses e já se apressou em CULPAR E CONDENAR a "oposição" pelo "crime" de boato, torna oficialmente a Polícia Federal como a polícia política a serviço do interesse particular do PT, que mira a re-eleição de Dilma em 2014. 

Como falo em imbecilidades ditas em defesa das impunidades e dos absurdos que grassam no Brasil, um dos argumentos mais utilizados pelos delegados de polícia defensores da PEC 37 é justamente o de que a polícia deva ser valorizada "conforme a Lei" e distorce o sentido pró-impunidade desta PEC como sendo a "PEC da Legalidade". Ora, o uso político subordinado a interesse partidário de uma investigação da PF é legalidade? E se isso não for desvalorizar, desmoralizar a própria Polícia Federal, falta o quê? Vesti-los de colete vermelho e boné com estrela na testa? Por que não vejo delegados da PF arvorando-se a favor da legalidade, contra a abertura desse inquérito para "investigar boato sobre Bolsa Família", em nome da honra da função constitucional de seus policiais? Talvez por ser a PF hierarquicamente subordinada ao poder do chefe político, e por isso, jamais isenta e independente deste? A minha resposta, em "três letrinhas, todas bonitinhas, fáceis de dizer", todos já sabem. 

Neste caso do boato sobre o Bolsa Família, nem a imprensa - falo, obviamente, da minoria independente - insistiu em ressaltar o absurdo da acusação que a ministra Maria do Rosário desfiou, afirmando cheia de razão que o boato fora criado pela "oposição". A representante do governo Dilma disse que era só uma opinião (singela, a fofa) e de pronto todos lhe passaram a mão na cabeça. Tampouco li, até o momento em que redijo essas linhas, ninguém da imprensa questionar a PF sobre a tal abertura do tal inquérito que não lhe cabe, não é de sua alçada e não terá utilidade outra além de servir como panfletagem pró-governo. Faltam aos repórteres, redatores e colunistas conhecimento dos fatos, passa preguiça e acomodação em apenas repetir release da EBC e da Casa Civil, ou falta coragem em publicar o correto, conforme deva ser o compromisso com a verdade dos fatos? Reflexo da doutrina que prega a igualdade ao custo da liberdade?

Lei é palavra importante, mas vilipendiada. Massacrada. Desprezada na teoria e muito mais na prática. E nem de longe Lei significa Justiça. Somos nós iguais perante a lei, neste  Brasil, e nestes anos de Governo onde mandam Lula, Dilma, José Dirceu, Cardozo, Palocci, Maria do Rosário, Thomaz Bastos, especialmente? Há algum chefe de partido, há algum cabeça de grupo, algum amigo íntimo da situação que nos governa, algum parente ou amante, ou qualquer amigão chegado às tais autoridades, que não reúna em sua pessoa um feixe sem-fim de regalias, que não goze de prerrogativas especiais, que não tenha em torno de si uma guarda ou uma defesa incondicional?

Onde há lei, leva-se o crime, diz a sentença no início do post. Este é o Brasil que vai para a frente. Comecei com BSchopenhauer e faço uso das suas palavras para encerrar este, sobre o que é, de fato, "boato falso", conforme cunhou a presidente que nos desgoverna, mas não há polícia, congressista ou jornalista que a questione livremente, conforme os cidadãos, alguns, o fazem:
"O crescimento do PIBinho durante o desgoverno Dilma/PT é boato falso.
O controle da inflação pelo desgoverno Dilma/PT/Mantega é boato falso.
O brasileiro "campeão do mundo em felicidade" é boato falso. 
Sensação de "bem-estar" no Brasil não é "fachada"; é boato falso propagado pelo desgoverno.
O apreço de Lula/PT pelos trabalhadores é boato falso.
O moralismo de Lula/PT antes de chegarem ao governo era boato falso. 
O heroísmo de Dilma e companheiros contra a Revolução de 1964 é boato falso. 
O apreço de Dilma/PT pela democracia é boato falso. 
A super-competência da gerentA é boato falso propagado por Dilma/Lula/PT. 
As 6000 creches que seriam construídas pelo desgoverno Dilma/PT é boato falso. 
O Programa Minha Casa, Minha Vida é boato falso propagado pelo desgoverno Dilma/PT."
E o BSchopen nem precisou chegar ao SUS e ao boato falso de "saúde de primeiro mundo". Muito há o que investigar, dona Polícia Federal, a fim de se observar a Lei objetivando fazer a Justiça. Já pensou quanto trabalho se de fato lhe coubesse investigar boato falso? 

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