AINDA POR ENQUANTO




Este ano eu não fui ao Rio assistir `as finais do Campeonato Carioca. Só o fato de não viajar para o Rio de Janeiro, que eu adoro, basta pra ficar triste. Perder a final e a chance de ser tricampeã do bolão da van/micro-ônibus que leva a gente, a turistada, ao Maracanã (ahã, ganhei sozinha em 2007 e 2008 também) além de inevitavelmente pensar sobre toda a circunstância que me impediu de ser feliz ao vivo, dá uma certa melancolia. 

Aí o cidadão (principalmente por torcer para um time que perdeu título) diz pra mim "e daí? É estadual, pra quê sair de Brasília pro Rio por um título que não vale nada pro resto do Brasil?"

Muito serena e adepta do nem te ligo, nem falei nada  (claro que estar absolutamente rouca de tanto gritar não tem nada a ver com isso) pisquei os olhinhos, e achando o argumento tão débil que chegava a ser divertido, sorri pra ele.

Como assim, se os títulos dos estaduais não significam nada para o cenário nacional por que a ampla cobertura da imprensa - nacional - sobre todos os estaduais? Do Catarinense até o campeonato Acreano, o domingo foi de cobertura total no mundo do futebol. 

Como assim, não significa nada para o cenário nacional, se ainda ontem já houve troca de técnicos e muitas notícias de movimentação de jogadores que se destacaram em suas posições no estadual e seguem para reforçar outros clubes para o Brasileirão.

Acho que excluindo os torcedores paulistas e cariocas, todo mundo que gosta de futebol tem um time que não seja o de sua cidade ou região que torce.

Na verdade, todo mundo nasce Flamengo. Por alguma circunstância externa, alguma (má) influência do meio ambiente ou até por alguma coisa colocada na água, vai saber, acaba escolhendo outro time.

O fato é que ser apenas mais um entre milhões nunca foi tão especial, nunca foi tão emocionante, nunca foi tão importante. Porque fazer parte da Nação não é só ser mais um. É ser sempre especial.

Mesmo que seja gritando apenas com a (pequena) família, assistindo pela TV, no quarto, em casa.

Nada nos torna mais especiais do que ser mais um na multidão.  Não trocamos isso por nenhum tipo destaque individual.

Agora chega. Depois da entrevista em que Fábio Luciano dará a tarde, anunciando sua aposentadoria como jogador, nem quero mais pensar na festa. 

Agora quero a Tríplice Coroa. Se vira, Kleber. Se vira, Márcio. Se vira, Cuca. Arrumem o time e tragam  os outros dois campeonatos do calendário para casa.

Quando eu voltar ao mundo dos com dignidade, vou `a Gávea e quero ver os três troféus de 2009 me esperando.

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